Resumo

Estudar a fome na contemporaneidade é, sem dúvida, percorrer os caminhos da ciência e da técnica no território, mediatizadas pelo mercado (escassez e abundância), e as geografias da fome são produtos de apropriação desigual de valor, pois a comida é valor de uso para todos os seres humanos - é a condição da existência humana na Terra. Sendo assim, este projeto tem como objetivo analisar o impacto do Programa Bolsa Família/Auxílio Brasil do ano de 2004 ao ano de 2024 na região Norte Pioneiro do Paraná. Levantamentos de dados em órgãos governamentais sobre a fome e a pobreza da Região Norte Pioneiro do Paraná do ano de 2004 até o ano de 2024, contribuirão para o norteamento da pesquisa. Não foi, e ainda não é tarefa fácil discutir a fome, uma vez que o seu histórico está relacionado com um tema proibido. Acredita-se que só a Geografia, que considera o planeta como um todo e que ensina a saber ver os fenômenos que ocorrem em sua superfície, a observá-los, a agrupá-los e a classificá-los, levando em conta sua localização, extensão, coordenação e causalidade, pode orientar o espírito humano na análise do vasto problema da fome

Estudo da realidade

Quase um décimo da população mundial - até 811 milhões de pessoas passaram fome em 2020. Depois de permanecer praticamente inalterada por cinco anos, a fome mundial aumentou. Além disso, projeta-se que cerca de 660 milhões de pessoas ainda poderão enfrentar a fome em 2030. A insegurança alimentar tem aumentado lentamente desde 2014, o aumento estimado em 2020 foi igual a dos cinco anos anteriores combinados. Uma em cada três pessoas no mundo (2,37 bilhões) não tinha acesso à alimentação adequada em 2020 - um aumento de quase 320 milhões de pessoas em apenas um ano. Quase 12% da população global estava em situação grave de insegurança alimentar em 2020, representando 928 milhões de pessoas - 148 milhões a mais que em 2019 (FAO, FIDA, OMS, PMA e UNICEF, 2021).

Sendo assim, este projeto tem como objetivo analisar o impacto do Programa Bolsa Família/Auxílio Brasil do ano de 2004 ao ano de 2024 na região Norte Pioneiro do Paraná.

O Programa Bolsa Família é tão eficaz para alcançar os mais pobres quanto outros bons programas internacionais do mesmo gênero. No que tange à educação, o Bolsa Família proporciona menores taxas de abandono e maiores taxas de progressão entre os beneficiários. E quanto mais tempo a família permanece no programa, maiores os impactos. Na saúde, além da contribuição do Programa Bolsa Família para a redução da mortalidade infantil, identificou-se que as crianças beneficiárias apresentam maiores taxas de vacinação, e as mulheres grávidas fazem mais consultas de pré-natal que as não beneficiárias de igual perfil.

Além disso, há efeitos positivos do programa que abrangem toda a economia: o Bolsa Família tem expressivo efeito multiplicador no PIB e na renda familiar total, além de reduzir desigualdades regionais. Por isso, acredita-se que este diagnóstico realizado por este projeto de pesquisa será relevante para futuros estudos relacionados a região estudada.

Justificativa

Hoje, no mundo, 820 milhões de pessoas vivem em situação de fome. No Brasil, 5,2 milhões passam fome, isso quer dizer que 2,5% da população brasileira não tem o que

comer, e 5,6% vive com menos de US$1,90 por dia (FAO, 2019). A noção que se tem corretamente do que seja fome é uma noção bem incompleta, como já dizia Josué de

Castro. O tema da fome é bastante vasto e complexo. Seus aspectos são vários, embora os fundamentos e origens do fenômeno conduzam a uma conclusão lógica, a

de que a fome é um problema social.

O Programa Bolsa Família (PBF), criado em 2004, nasceu com objetivo de promover alívio imediato às condições de miséria e pobreza, reduzir as desigualdades, minimizar as injustiças sociais, melhorar os parâmetros educacionais do Brasil e promover saúde e inclusão. Para tanto, esta pesquisa buscará compreender qual foi o impacto deste programa nos últimos 20 anos no combate a estas desigualdades na Região Norte Pioneira do Paraná. Além disso, acredita-se ser relevante um diagnóstico deste Programa na região em estudo, a qual servirá de apoio para futuras pesquisas.

Castro (1937) destaca que só a geografia, que considera a terra como um todo, e que ensina a saber ver os fenômenos que passam em sua superfície, a observá-los,

agrupá-los e classificá-los, tendo em vista a localização, extensão, coordenação e causalidade, - pode orientar o espírito humano na análise do vasto problema da alimentação, como um fenômeno ligado, através de influências recíprocas, à ação do homem, do solo, do clima, da vegetação e do horizonte de trabalho.

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