Resumo

Dentre os usuários da Entidade existem muitas pessoas com baixa visão, que são pessoas que têm um comprometimento do funcionamento visual e que mesmo com correção e uso de recursos para melhoria apresentam uma acuidade visual inferior a 20/60 até Percepção de Luz e/ou ainda Campo Visual inferior a 10° do seu ponto de fixação; mas que ainda assim pode usar sua visão mantida de forma funcional para planejar uma atividade ou executar uma tarefa.

Estes usuários com baixa visão usaram por muitos anos a bengala longa branca para auxiliar em sua mobilidade, porém existia o preconceito das pessoas em não compreender porque aquela pessoa usava a bengala para andar, mas podia ler um livro por exemplo.

Diante de muitas situações de preconceito e dos questionamentos das pessoas com baixa visão e até a recusa em usar a bengala branca, a professora uruguaia Perla Mayo criou a bengala verde; ela constatou que seus alunos com baixa visão eram tratados como pessoas cegas e, por isso, perdiam o pouco da visão que detinham. Além disso, percebeu que eles evitavam usar a bengala branca porque não queriam ser tratados como pessoas cegas, e então passou a pintar as bengalas de verde e criou o slogan “Verde porque é ver de novo, é verde de esperança”.

A bengala verde então virou lei na Argentina em 2002 e, no Uruguai, em 2011. No Brasil, onde há 6 milhões de pessoas com baixa visão, a ideia é recente e começou a ganhar força em 2014.

Estudo da realidade

A Associação Ituana de Assistência aos Deficientes Visuais (A.I.A.D.V) “Escola de Cegos Santa Luzia” realiza atendimento de habilitação e reabilitação a pessoas com deficiência visual sem limite de idade. A Entidade está situada no município de Itu, cidade centenária conhecida como Berço da República devido a sua participação na história de nosso País, possui “154.147 habitantes” (IBGE, 2010). O atendimento que é ofertado por essa Entidade é de extrema importância à população do município de Itu e cidades da região uma vez que o Censo IBGE (2010, p. 6) aponta que: [...] a deficiência visual é o tipo de deficiência que mais incide sobre os brasileiros, afetando 18,6% da nossa população, a mesma pesquisa também explica que: [...] a deficiência visual teve maior prevalência em todos os grupos de idade, sendo bastante acentuada no grupo de acima de 65 anos, ocorrendo em quase a metade da população desse segmento (49,8%) - (CARTILHA CENSO IBGE, 2012, p. 7).

Justificativa

Mesmo com uma capacidade de enxergar muito reduzida, essas pessoas utilizam sua visão em diferentes tarefas do dia a dia, porém, algumas situações, em filas de espaços públicos ou assentos preferenciais, geram desconfiança, desconforto e constrangimento, quando não ações agressivas contra essa pessoa. Para esclarecer a sociedade sobre esta condição, foi desenvolvido o "Movimento Bengala Verde", que cresce no Brasil e na América Latina. Este movimento atingiu uma mobilização nacional sem precedentes e por isso, a utilização da bengala na cor verde que tem o objetivo de identificar as pessoas com baixa visão, torna-se um recurso importante para a mobilidade, autonomia e inclusão social destas pessoas.

Segundo especialistas em Orientação e Mobilidade, a Bengala Verde trouxe uma mobilização importante para as pessoas com baixa visão.

"Existem inúmeras experiências vivenciadas por estas pessoas na busca de autonomia, independência e inserção social, nem todas agradáveis, pois a sociedade ainda não as reconhece como parte de um grupo de pessoas com deficiência visual. Inclusive, existe uma concepção errônea de que somente as pessoas com cegueira é que usam a bengala longa. Muitas pessoas com baixa visão precisam deste recurso para uma orientação e mobilidade segura"/Nelma Meo.

Sendo assim criamos o Plano de divulgação da Bengala Verde em nossa Entidade com abrangência do município para elucidar a todos o porquê da existência de bengalas diferentes. Afinal informar é a maneira assertiva de fazer com que as pessoas conheçam e identifiquem pessoas com baixa visão.

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