Fala Garoto
Resumo
A juventude é um momento de plena expansão do universo para aqueles que até pouco tempo tinham muitas certezas. Com a puberdade nascem as dúvidas e, com elas, a necessidade de afirmação perante esta nova realidade. Nascem as inseguranças, os medos e a curiosidade de tudo que ainda não foi experimentado. Neste contexto, o jovem precisa cada vez mais de orientações que o ajudem a levar sua vida de uma forma saudável, física e psicologicamente.
Diante desta necessidade, foi idealizado o Projeto Fala Garoto, que procura dialogar com o jovem em uma linguagem que ele entenda, aceite e aplique em sua vida. Falar de temas espinhosos com leveza é possível, desde que feito por profissionais especializados no mundo jovem, que consigam criar uma conexão e propiciem uma experiência ao estudante.
Para isso, o Hospital Santa Marta projetou o Fala Garoto, que promove encontro com alunos do ensino médio de escolas públicas e particulares do seu raio de atuação, para orientar sobre temas relevantes para estes jovens e ainda, promover mudanças de comportamento, para que estes tenham atitudes mais positivas em relação a vida e seu convívio em sociedade.
O projeto é realizado segundo demanda ou por prospecção do Hospital Santa Marta junto as instituições de ensino da região. Em 2017 aconteceu o piloto e ainda há o propósito de realizar novamente em 2018.
O Hospital Santa Marta, sente necessidade em atuar nas várias formas de cuidado com a saúde, sendo a informação direcionada e a prevenção, uma das mais necessárias. Isto porque acreditamos na qualidade de vida em suas várias faces, que possibilita uma vida mais plena. Atuar em nosso raio de ação não nos limita e sim faz com que tenhamos foco no que podemos realizar de mudança ao nosso lado, que se multiplicará para muitos outros lugares, pois os jovens são detentores de uma grande capacidade de ultrapassar limites físicos e agregar valores aos seus e a muitos outros jovens.
Estudo da realidade
O projeto Fala Garoto é direcionado para jovens das escolas públicas e particulares do Ensino Médio. O raio do atendimento do projeto é o mesmo do Hospital, Taguatinga, Águas Claras, Ceilândia, Vicente Pires e Samambaia, que possui mais de 180 escolas públicas com aproximadamente 30 mil alunos e quase 30 escolas particulares que atuam na vida de mais de 15 mil alunos, segundo levantamento da Secretaria de Educação do DF e do Sindicato de Escolas Particulares do DF.
Esta juventude que vai de 11 a 19 anos, necessita cada vez mais de informações que venham ao encontro de certas realidades que influenciam diretamente nesta fase da vida tais como: alimentação saudável, início da vida sexual, sedentarismo e atividades físicas, bulling, uso de drogas, suicídio, entre outros.
Segundo levantamento realizado pela Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2017, trouxe alguns dados que corroboram a necessidade de uma forma mais direta e na linguagem deste jovem.
A pesquisa apresentou sobre o tema alimentação não saudável, mostrou uma ingestão regular, ou seja, cinco vezes por semana, de doces (41,3%), refrigerantes (33,3%), biscoitos doces (32,5%) e frutas (29,8%), vegetais cozidos (13,5%), vegetais crus (26,6%) apontando ingestão regular de alimentos não saudáveis e baixo de alimentos saudáveis.
Segundo a mesma pesquisa, sobre a vida sexual dos jovens estudantes do DF, indica 23% dos que cursam o 9ª ano do Ensino Fundamental no DF já tiveram relação sexual. A idade média dos matriculados nessa etapa é de 15 anos.
Entre os meninos, 31,7% declararam já ter se relacionado sexualmente alguma vez, enquanto entre as garotas o percentual caiu pela metade: 15,6%. Pouco mais da metade dessas pessoas utilizou preservativo na primeira relação: 59%. A taxa de gravidez é de 0,4%.
Com relação ao Bullyng os dados são ainda mais preocupantes. Questionados sobre a frequência com que os colegas da escola esculacharam, zoaram, mangaram, intimidaram ou caçoaram tanto que o aluno ficou magoado, incomodado, aborrecido, ofendido ou humilhado nos 30 dias anteriores à pesquisa, 7,4% dos escolares brasileiros afirmaram que na maior parte do tempo ou sempre se sentiram humilhados.
Justificativa
Tais dados demonstram que o caminho para alcançar os jovens ainda é longo, pois o conhecimento apenas não é suficiente, ele precisa ser assimilado e tornar-se um hábito para que possa ser efetivo. Os jovens precisam mudar comportamentos e isto somente ocorrerá se perceberem a real necessidade de tal mudança.
Neste processo, o Fala Garoto vem como um instrumento de esclarecimento moderno, com abordagem leve e divertida, sem perder a capacidade de fornecer um novo olhar para temas tão discutidos, mas ainda tratados muitas das vezes, de forma impositiva ou desinteressante.
O Hospital Santa Marta possui uma gama de profissionais nas áreas de nutrição, ortopedistas, hebiatras e ginecologistas voltados aos adolescentes, com estratégias de atuação que despertam o interesse deste público, com informações passadas de uma forma divertida, com interação junto aos presentes. Ainda possui um rol de profissionais da área de comunicação que criar formas de ambientalizar o tema, não somente com apresentação, mas com interatividade. Os temas são amplamente desenhados para atender a linguagem segundo a faixa etária a ser abordada. Os alunos escolhidos são do ensino médio pois esta é uma fase de profundas mudanças no corpo e no comportamento dos adolescentes, onde questões de saúde e prevenção de doenças ficam mais evidentes.
Objetivo geral
Proporcionar uma mudança de atitudes nos jovens, refletindo em uma melhor qualidade de vida e prevenção de doenças físicas e psicológicas, tornando-os adultos mais saudáveis.
Ações desenvolvidas
Orientar jovens do ensino médio das escolas públicas e particulares no raio de atuação do Hospital, de forma segura e confiável, sobre temas atuais ligados diretamente a esta faixa etária, em uma abordagem leve e descontraída.
- Realizar interações explanativas em forma de bate-papo, com jovens do ensino médio, em locais pré-definidos com profissionais da área de saúde, que trabalham diretamente com jovens, para que a mensagem seja passada de forma que provoque reflexão aos presentes.
Impactos sociais
Educação
Impacto Externo
Para iniciar a palestra foi apresentado nomes de doenças diversas e perguntado quais eram conhecidas por eles (DSTs). Tivemos 184 respostas corretas. Participaram 97 jovens com idade entre 15 a 18 anos, do Ensino Médio. Destes, 64% do sexo feminino e 36% do masculino. Foi realizada a palestra sobre sexualidade e DST, em forma de bate papo com a médica. Após a palestra, foi feita novamente a pergunta, correspondentes a DSTs. Tivemos 286 corretas, um crescimento de 64% com relação a questão anterior, possibilitando a aquisição de conhecimento.
Impacto Externo
A médica presente, começou a interagir com os jovens e por mais de 50 minutos foram feitas perguntas pelos presentes. Os atendidos foram 97 jovens com idade entre 15 a 18 anos, do 1º ao 3º do Ensino Médio. Destes, 64% são do sexo feminino e 36% do masculino. A médica logo após falar sobre DSTs abriu espaço para as perguntas dos jovens sobre sexualidade, deixando o ambiente descontraído o suficiente para muitas perguntas. Com relação a pergunta sobre se a palestra trouxe novo conhecimento sobre sexualidade, 94% dos pesquisados disseram que sim.
Impacto Interno
Foi realizada uma conversa espontânea com os colaboradores do HSM presentes na ação, para que colocassem sua opinião sobre a importância do projeto para eles. A conversa aconteceu com a Coordenadora Médica do HSM, que foi a palestrante, com o fotógrafo do evento e com a supervisora de marketing logo após o fim da palestra, ainda no ambiente do IESB. Recebemos respostas positivas com relação a ação, sendo que todos destacaram a importância de responder questões dos jovens que não são tratadas em casa como forma de prevenção de doenças e gravidez.