Programa HUMANERY – Cuidar é nossa especialidade.
Resumo
O Hospital Anna Nery, situado em Águas Claras-DF, dá início ao Projeto HUMANERY. Devido a demanda do nosso público, que é de uma população idosa, houve a necessidade de implementar visões do Cuidado Paliativo (CP) nos atendimentos de internação e UTI, pensando no indivíduo como um ser biopsicossocial, inserido em um contexto cultural, emocional e social. Esses cuidados asseguram, de maneira ampla e otimista, que o sofrimento pode ser aliviado, mesmo diante de uma sobrecarga provocada pela doença. As principais ações nos CP são o de promover o alívio da dor, ou sintomas que causam sofrimento; afirmar a vida e considerar a morte como processo natural; integrar os aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado do paciente, entre outras. Para que todo esse conceito possa fazer parte de uma rotina hospitalar, o Projeto HUMANERY promoverá dentro da sua instituição um acompanhamento educacional continuado, sem prazo para término pois tornar-se-á uma rotina ininterrupta.
Estudo da realidade
Na América Latina o índice do envelhecimento tem aumentado consideravelmente a ponto de produzir graves consequências a nível econômico, social e político, havendo a necessidade de um olhar diferenciado e preventivo para o futuro. Esse crescimento tem se dado de forma rápida, sendo considerado universal e irreversível, causando um impacto importante no comportamento da sociedade, além de novas demandas por serviços de saúde. Essas modificações demográficas nos últimos 10 anos tem alterados os rumos de uma revolução etária, com aumento da população idosa sustentada pelo avanço tecnológico dos diagnósticos e tratamentos médicos que garantem ao Brasil o sexto lugar mundial em número de idosos até 2025 (CAMARGO, 1995).
Segundo a CODEPLAN (2013), a população idosa no Distrito Federal somava, nessa época, o equivalente a 12,8% da população total. Os maiores contingentes residiam na RA Brasília (Plano Piloto) e em Ceilândia, com cada uma representando cerca de 14,0% da população idosa do Distrito Federal. Mas observa-se que o Plano Piloto responde por apenas 8,2% da população do DF, ao passo que Ceilândia responde por 15,8%. O terceiro maior contingente residia em Taguatinga, com 11,1% do total. Já Águas Claras e Sudoeste, muito embora sejam regiões de alta renda, apresentavam baixos percentuais de população idosa, 10,5% e 11,9%, respectivamente, por se tratarem de regiões de criação mais recente e consequente população mais jovem.
Referência Bibliográfica:
CAMARGO, JK., KENNETH, R.DE. País jovem com cabelos brancos: a saúde do idoso no Brasil. Hist.cien.saúde. Manguinhos, RJ, v.2, n.1, Junho, 1995.
http://www.codeplan.df.gov.br/noticias/noticias/item/2903-perfil-dos-idosos-no-distrito-federal.html (Acesso: 19 de julho de 2017).
Justificativa
O Hospital Anna Nery possui uma identidade organizacional com uma missão regada a responsabilidade técnica, primando pelo cuidado da vida. E a sua grande visão é tornar-se referência nesse cuidado e garantir que essa ação se perpetue ao longo do tempo. A cerne dos seus valores está na paixão, valorização, respeito e comprometimento com o outro. Portanto, projetar e estudar as múltiplas doenças e suas particularidades clínicas e psicossociais, no processo de envelhecimento e morte, é uma ação imperativa, visto que se trata de uma progressão natural e mundial em crescimento. São essenciais as reflexões profundas, buscando possíveis estratégias de promoção de qualidade de vida no envelhecimento. E sobre a morte, ela não é apenas a ausência do corpo mas a configuração de uma mudança física, social, emocional, desse modo o processo do luto deve ser entendido e elaborado em toda circunstância que envolva qualquer perda ocasionada pela doença. Sendo um hospital que atende em sua maioria idosos, inserir os Cuidados Paliativos de forma efetiva, é obrigação. Estar atento aos seus preceitos, condutas e incorporar condutas é indiscutível. Independentemente do que esteja vivenciando, nosso paciente necessita de uma equipe orientada, coesa em um só pensamento: Ver o outro como um ser humano biopsicossocial, inserido em seu próprio contexto histórico e emocional, e que devem ser respeitadas as suas prioridades.
Objetivo geral
Resinificar conceitos, elaborar estratégias, implementar possibilidades de assistências aos cooperadores, pacientes e familiares, possibilitando comportamentos do ser humano para o ser humano no que tange o cuidado e o bem viver.
Ações desenvolvidas
1: Envolver os colaboradores na essência do programa e adicionar novos conceitos que sejam responsáveis por mudanças comportamentais de uma forma global; Conectar esses novos aprendizados e ações concomitante aos pacientes internados na instituição;
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1: Elaborar oficinas voltadas para conceitos interditos como morte, finitude, espiritualidade, manejo da dor e uma série de conceitos voltados ao Cuidado Paliativo;
2: Promover parceira, cumplicidade e união de equipe para tomadas de decisões;
3: Realizar mesas redondas, palestras, parcerias com outras instituições com temas relacionados aos Cuidados Paliativos.
2: Trazer a família para mais perto do paciente e orienta-los segundo os novos conceitos implantados na instituição.
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1: Elaborar palestras ao alcance do entendimento de senso comum dos familiares, para interagir e traze-lo para a nova vida social do doente sensibilizando sua participação;
2: Idealizar novas rotinas que envolvam os familiares na UTI e internação.
Impactos sociais
Saúde
Impacto Externo
Por meio de observação constata-se que os pacientes que são atendidos pelos colaboradores que participaram do projeto Programa Humanery, estão recebendo um atendimento mais humanizado, com conforto, satisfação, confiança, alegria do paciente e da família por esses colaboradores estarem mais capacitados e preparados, proporcionando uma sensação de bem estar a essas pacientes e familiares.
Impacto Interno
Por meio depoimento espontâneo e rodas de conversas, observamos que os colaboradores por participarem da reunião inicial de conhecimento das ações do projeto e novos conceitos referentes aos Cuidados Paliativos (reunião inicial se deu em sala específica envolvendo todo o grupo hospitalar. Foram representantes da UTI, internação, farmácia, cozinha e serviços gerais, em um ciclo de 6 reuniões em 2 dias. A linguagem acessível contemplou a compreensão por toda a equipe. Já o questionário foi realizado em um grupo específico (UTI) que servirá como projeto piloto, orientando e auxiliando nas ações diante do público alvo), resultaram em mudanças comportamentais e de conhecimento. Alguns compreenderam muito bem seu devido grau de escolaridade. Outra parte do grupo apresentou certa dificuldade, mas nada que impeça o seu andamento. Nesse momento os funcionários puderam emitir seus conceitos e opiniões, deixando bem claro suas expectativas e adesão ao projeto proposto. O primeiro movimento na realização do projeto teve mais de 60 funcionários da empresa, por 40 minutos dentro do horário de trabalho, o que mostra interesse nessa área de atuação. A mobilização desses funcionários é um resultado papável de empenho com o serviço. Mobilizar este grupo é um grande feito, visto que suas assistências se dão em um ambiente que necessita de monitoramento integral. Todos ouviram com atenção, já mencionando dúvidas e possíveis ações. Esse comportamento retrata interesse e uma ótima recepção às novas pretendidas pelo projeto.