Boto cor de Rosa
Resumo
O Projeto “Boto Cor-de-Rosa”, tem como objetivo atuar junto a população gestante, principalmente adolescentes, no intuito de acompanhar, orientar, acolher e apoiar a nova família que se inicia, no sentido de prevenir situações de vulnerabilidades sociais, nas quais esta nova família possam estar expostas, além de avaliar os serviços já oferecidos na Rede à este público. O Projeto contará com três frentes de ação – Prevenção, Acompanhamento e Acolhida – na qual se realizará em parceria com outras Secretarias Municipais através do compartilhamento de serviços e profissionais, buscando levantamento de dados, orientações técnicas dentro das Unidades Básicas de Saúde e acompanhamento pelos serviços oferecidos pelo CRAS.
No período de 06/2017 a 12/2017 a prevenção ocorrerá, com os adolescentes, através de aplicação de questionário para avaliar seu nível de conhecimento sobre o assunto gravidez, seguida de orientações técnicas, em forma de Roda de Conversa com temas relevantes ao assunto e também com novos temas que possam surgir na avaliação das respostas do questionário.
Estudo da realidade
A quantidade de adolescentes grávidas no Brasil caiu 17% entre 2004 e 2015, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde no portal Brasil.
As informações levantadas pelo Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) apontam para uma queda, entre mães de 10 a 19 anos, de 661,2 mil nascidos vivos, em 2004, para 546,5 mil, em 2015.
Apesar dessa queda crianças nascidas de mães adolescentes representam 18% dos três milhões de nascidos vivos no País em 2015.
A Região Sudeste, com 179,2 mil representa 32% desse montante, 66% dessas gravidezes são indesejadas.
Região da Cidade Nova de Itu, onde fica situado o CRAS FREI Alípio, num local de maior concentração de famílias em situação de vulnerabilidade e risco social, que vivem em situação de extrema pobreza, baixos salários ou nulos. Foi constatado pelos técnicos que trabalham no CRAS um grande número de adolescentes grávidas.
Justificativa
Tem em vista o grande número de adolescentes grávidas na região sudeste em 2015, com 179,2 mil e conforme apontam os técnicos do CRAS, o número de casos ainda continua grande na região da Cidade Nova, destes 66% são consideradas gravidezes indesejadas. Diante deste fato, o esclarecimento e a possibilidade de interação com as famílias, já demonstrou sendo o melhor caminho para a prevenção e acesso a informação.
Percebe que o a adolescência é no qual o jovem está em fase de formação escolar e de preparação para o mundo do trabalho, a ocorrência de uma gravidez nesse período, portanto, significa o atraso ou até mesmo a interrupção desses processos, ameaçando o inicio da carreira ou o desenvolvimento profissional.
Como o CRAS é o responsável pelo acesso as políticas publicas e também pela oferta de serviçosde proteção e atendimento integral a família (PAIF), seguindo determinação do Artigo do ECA que prevê a instrução, acompanhamento e proteção da gestante e do seu filho(s), fazendo a parceria entre saúde, educação e assistência social unam seus recursos e profissionais com o intuito de dar suporte aos jovens e suas famílias.
Objetivo geral
Contribuir para a prevenção da gravidez na adolescência.
Ações desenvolvidas
• Transformar o CRAS como um espaço de reflexão e de discussão, no qual os adolescentes e pais possam expressar suas dificuldades, resistências, dúvidas, anseios e opiniões, favorecendo a construção de um saber compartilhado;
- • Realizar um debate sobre gênero, mitos referente ao masculino/feminino, as transformações fisiológicas da adolescência e outros assuntos relacionados à sexualidade e com uma avaliação sistemática dos encontros e registros destes possibilitará o replanejamento de novos objetivos do projeto e a avaliação do mesmo.
Propiciar encontros nas escolas, UBS e CRAS com as gestantes para discussão sobre nutrição, família, parto, atividades física, mitos ou verdades sobre parto, sexo, cuidados com o bebê e assuntos pertinentes à esse período.
- Criar parcerias com as áreas de Educação e Saúde, buscando a intersetorialidade dos serviços, programas e ações de prevenção e que reforcem iniciativas das comunidades.
Impactos sociais
Educação
Impacto Interno
O resultado foi percebido através da colaboração do CRAS, postos de saúde e escolas em acolher, divulgar e em dar uma atenção maior para as gestantes e suas famílias, oferecendo toda terça-feira, no período da tarde, um momento de troca de experiência, informação, apoio e orientação sobre o que permeia uma gravidez e a importância da família e de cuidados a mais neste período. Foi percebido também em comentários que tanto as famílias como as equipes tiveram um maior estreitamento entre eles e com a rede de serviços, oportunizando um aumento de informação entre todos os técnicos de diversas áreas, no sentido de prevenir situações de vulnerabilidades e riscos a que as famílias estão expostas, sendo assim, alcançando um dos objetivos aqui proposto. E da inciativa de colaboradores em doar o kit enxoval para as gestantes, ao qual será dado no final de cada ciclo de encontro.
Saúde
Impacto Externo
Por meio de observação, pesquisas, feedback dos usuários e na aplicação de questionários nas escolas, percebeu-se que a população gestante, principalmente as adolescentes e suas respectivas famílias, estão gostando da didática apresentada nas reuniões semanais e nas rodas de conversas bem como da participação de seus familiares a esses encontros, resultados estes demonstrados com a melhora na auto estima, no acesso a informação e na melhora dos vínculos familiares e comunitários.